sexta-feira, 25 de junho de 2010

Teu Corpo Principia

ANTONIO RAMOS ROSA



Dou-te um nome de água

para que cresças no silêncio.



Invento a alegria

da terra que habito

porque nela moro.



Invento do meu nada

esta pergunta.

(Nesta hora, aqui.)



Descubro esse contrário

que em si mesmo se abre:

ou alegria ou morte.



Silêncio e sol – verdade,

respiração apenas.



Amor, eu sei que vives

num breve país.



Os olhos imagino

e o beijo na cintura,

ó tão delgada.



Se é milagre existires,

teus pés nas minhas palmas.



O maravilha, existo

no mundo dos teus olhos.



O vida perfumada

cantando devagar.



Enleio-me na clara

dança do teu andar.



Por uma água tão pura

vale a pena viver.



Um teu joelho diz-me

a indizível paz.