quarta-feira, 30 de junho de 2010

Joelho

Maria Teresa Horta



Ponho um beijo

demorado

no topo do teu joelho



Desço-te a perna

arrastando

a saliva pelo meio



Onde a língua

segue o trilho

até onde vai o beijo



Não há nada

que disfarce

de ti aquilo que vejo



Em torno um mar

tão revolto

no cume o cimo do tempo



E os lençóis desalinhados

como se fosse

de vento



Volto então ao teu

joelho

entreabrindo-te as pernas



Deixando a boca

faminta

seguir o desejo nelas.